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Brasília, DF, Brazil
Nascida, crescida e formada nesta cidade sem avenidas, sem esquinas, sem bairros. Uma típica brasiliense.

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domingo, 28 de agosto de 2011

Conselho

Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma.

Clarice Lispector

Amores

Eu não acredito em um único amor. O amor não é uma dose única.
Amamos várias e diferentes vezes na vida, e um amor nunca é igual ao outro.
O AMOR é tão imenso que não se desgasta porque já amamos ou deixamos de amar. Nossa capacidade de amar é infinita e se multiplica de forma extraordinária a cada experiência que vivemos.
O nosso amar se torna mais puro e verdadeiro a cada experiência: o aprendizado nos faz aprender amar de verdade.
Digo com certeza que já amei, e com mais certeza ainda, que pretendo amar.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ao Amor Antigo - saudosismo puro

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Demais

Tem gente que fala demais. Eu não costumo ouvir essa reclamação.
Eu escrevo demais, isso é que me dizem. Felizmente, ou infelizmente, é assim que sou, e sempre fui.
Não sou muito boa com palavras faladas, prefiro as escritas.
Lembro de um namorado que morava em outra cidade. Época em que e-mail não era tão comum, orkut e Facebook, então, nem se cogitava a existência. Era uma amor por escrito. Duas ou três cartas por semana. Durante mais de dois anos. Eu até achava o Correio rápido.
Aliás, desde meu primeiro namorado criei o costume de escrever. Esse, namoro de adolescente, assim, meio escondido. Aprendi a dizer o que sinto por carta.
É tão mais simples e é tão bonito. As palavras escritas são mais suaves que as ditas, mesmos as de rancor, as de mágoas. Pra mim, elas têm um quê de romantismo incomparável.
As palavras me fascinam. Tudo que é importante na vida devia ter uma versão por escrito, como aquelas cartas antigas que a gente às vezes se pega lendo e relendo... É uma prova do que foi vivido.
As palavras ditas... Ah! Essas se perdem ao vento, perdem o sentido, perdem a verdade com o tempo.
O que aprendemos com o lemos fica. Até podemos não entender agora, muitas vezes o que é escrito ganha valor e compreensão somente com o tempo.
Assim como a boa literatura, antiga, que séculos e séculos depois de escrita permanece atual.
Bem ou mal, é assim que pretendo continuar. Tudo o que sou e sinto, sou por escrito, seja neste blog, em e-mail, cartas, até guardanapos de papel.
Por escrito, consigo falar o que me engasga e o que me faz mal. Os sentimentos, não as verdades, existem pra serem mostrados. Compreendê-los cabe a quem tiver interesse. Não sou tão prolixa assim, minha alma e minhas palavras vão sempre na mesma direção.

Basta saber ler as entrelinhas.

Verdade inteira

Essa história de meias verdades é balela. Conversa pra boi dormir. A verdade é ou não é. Ponto.
O que você pensa que acha, você não "acha". Você só tem medo de assumir a verdade. E essa, sim, é mais uma grande verdade.
A verdade dispensa explicações e apresentações: ela se mostra assim, só e clara. Tão clara que às vezes nos ofusca os olhos e desviamos nosso olhar. É difícil encarar.
Mais uma verdade absoluta (pleonasmo desculpável): a verdade assusta, dói, machuca, mas ao mesmo tempo tem a beleza e a pureza do mais límpido cristal que reflete com graça todas as luzes e encanta, sempre.
Verdade a gente não vê, se sente.
A verdade não se busca, se vive.



É o que desejo

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor(...).
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...

Mário Quintana